terça-feira, 8 de setembro de 2015

Encomenda

A caipirinha - Tarsília do Amaral

Refiz umas cartas encomendadas
uns versos melindres
uma poesia malfadada

E para você
era assim:

variava do sublime ao subliminar
sempre a desconfiar
            da imagem rarefeita
            da dança acasaladora
            do fálico na ausência
Ou o “touro indomável”

Mas se me perguntam
por onde andam
as pendências
eu digo bem, obrigada
O poema rema
segue afoito
à foice
lapidando tudo
Captando
DE CA PI TAN DO
seus versos chochos

sem graça


Dani Ribeiro

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Etiqueta



Evitar assuntos de política
e outras cousas de homem.
Recolho-me ao meu silêncio,
como de costume
à delicadeza feminina,
como de costume
o traquejo social
de costume.
O desejo contido
faísca nos olhos
quem é bom entendedor lê.
Bordar a roupa de cama
refazer o crochê mal feito
Manter a alma (que vibra) dentro do corpo
sem levantar suspeitas.



Patrícia Fonseca