domingo, 24 de abril de 2011

Mesmice



Cabelos ondulados levemente tingidos
Versava alguma poesia que não ousasse dizer

O “nó da garganta” deslizando em seus dedos
À espera do dito que a ela foi negado

O passo e a sandália abotinada nos pés
As unhas refeitas para serem esquecidas

E ficou entre um átimo e a semi-insanidade
Criando o seu tempo de trás para frente


A noite presente na ausência de corpo
O vício sustentado pela cobiça de fuga

Os trajes despidos, a carne branca e nua
O desejo contido em toques de mão fria

E ficou entre um átimo e a semi-insanidade
manipulando o seu tempo de trás para frente

Dani R.F.